23 de mai. de 2012

A EDUCAÇÃO NA CONTRAMÃO

Post de Mary Anajara Lunardi Alves*

O Movimento Todos Pela Educação, onde os protagonistas são Dirigentes Educacionais de todos os Estados e Municípios, empresários preocupados com o crescimento do País e apoiados por alguns segmentos governamentais, sentem a necessidade do desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica, com profissionais qualificados que acompanhem um país em franco crescimento. Este movimento deseja profissionais preparados para os desafios do mercado competitivo e vem buscando com muita esperança um avanço significativo na qualidade da educação oferecida aos brasileiros.

Durante o governo anterior, a Secretaria da Educação do Estado do Rio Grande do Sul iniciou a implantação de diretrizes educacionais baseadas nas metas traçadas por este importante movimento, pela qualidade da educação pública. Para atingi-las, foi elaborado um currículo ousado, com foco no trabalho pedagógico, desenvolvido em sala de aula, dirigido ao Ensino Fundamental até o Ensino Médio, atendendo os pressupostos da contextualização, da interdisciplinaridade e do desenvolvimento do raciocínio lógico, incentivando o aluno a buscar novas tecnologias e pesquisas.

Este reconhecido currículo, denominado Lições do Rio Grande, foi elaborado por uma equipe de especialistas da educação das mais conceituadas instituições do país.

Para a aplicação deste currículo, os professores foram capacitados para o desenvolvimento de novas metodologias contextualizadas, no intuito de despertar o interesse pela pesquisa e suas tecnologias.

Enquanto isto o Cpers, e professores que não estavam abertos a mudanças, apoiados por políticos despreparados, contestavam todas as metodologias e permaneciam indiferentes a aplicações das mesmas.

Atualmente a Secretaria de Educação do Estado, aplica um modelo de currículo, que não difere das Lições do Rio Grande, mas comete um equivoco, dissocia a pesquisa tecnológica das demais disciplinas e a estrutura como um projeto, sem ênfase nas metodologias adequadas ao cotidiano da sala de aula.

Outra meta deste Movimento é a valorização do professor através do merecimento ou meritocracia, e a implantação do Piso Nacional do Magistério, previsto também na Lei Federal nº 11.494 de 20/06/07. A mesma regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, na Seção II, art.40 prevê que os Estados e Municípios devem implementar Planos de Carreira e Remuneração dos Profissionais. Esta lei assegura: remuneração condigna, respeitando a integração entre o trabalho individual do professor e a proposta pedagógica da escola; a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem. Mas somente será possível pagamento do Piso Nacional do Magistério , se o Plano de Carreira for adaptado às condições do atual quadro dos professores.

Sabemos que a Lei do Fundef já previa a extinção da formação do professor em nível médio, apesar de ter sido prorrogada pelo Presidente Lula. É consenso de todos que não existem mais curso de licenciatura curta para o ensino fundamental muito menos estudos adicionais, portanto os níveis 2, 3 e 4 estão no quadro em extinção. Entretanto, não precisamos ser Mestres ou Doutores em Educação para atuar na Educação Básica, temos que ter a formação de qualidade com um currículo competente no curso superior ou especialização em graduação para que possamos qualificar a educação.Isto aponta o quanto está obsoleto nosso Plano de Carreira,mas considerado o mais qualificado pela maioria dos professores e sindicato que impede sua implementação.

Convido o CPERS, PROFESSORES, POLÍTICOS, PAIS, ALUNOS e DIRIGENTES PÚBLICOS, a refletir se não podemos deixar de andar na contramão e deixar de inventar malabarismos achando que qualificaremos a Educação com atitudes corporativistas e políticas partidárias.

* Professora e psicopedagoga, Coordenadora Regional de Educação em Vacaria,2007/2010

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