1 de out. de 2011

Resultados do Enem não são amostra estatística, afirma Ruben Klein

Clipping jornal O Globo

Anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) como um avanço, o aumento de quase dez pontos na nota média do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2010) não significa que tenha havido melhora na rede de ensino do país. E o motivo é simples: como a participação no Enem é voluntária, os estudantes que fazem o teste não constituem uma amostra estatística. Assim, os resultados não são válidos para retratar a situação da totalidade dos alunos do último ano do ensino médio, os chamados concluintes.

Quem afirma é um dos maiores especialistas em avaliação educacional do país, o matemático e consultor da Fundação Cesgranrio Ruben Klein, que desde 1991 presta serviços de consultoria para o MEC.

- Os alunos que fizeram o Enem em 2010 tiveram um ganho em relação aos alunos de 2009, mas isso não permite extrapolar (o aumento da nota média) para todos os alunos do 3 ano do ensino médio - disse Klein nesta terça-feira, num intervalo do congresso internacional "Educação: uma agenda urgente", promovido pelo movimento Todos pela Educação.

Em 2009, 45,8% dos concluintes do ensino médio fizeram o Enem, alcançando nota média de 501,58 pontos nas provas objetivas. Em 2010, o percentual de participantes subiu para 56,4%, e a média chegou a 511,21 (+ 9,63 pontos).

Segundo Klein, porém, não é possível inferir que tenha havido melhoria. Isso porque os 56,4% de participantes em 2010 não são representativos do universo de 100% dos estudantes daquele ano. O mesmo vale para os 45,8% de alunos que fizeram o teste em 2009. Isso só seria diferente se os participantes da prova tivessem sido selecionados em amostra estatística, cujos resultados fossem válidos para a totalidade dos concluintes.

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