Deputado Otavio Leite (PSDB/RJ) |
Mais uma vez, os problemas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) causam insegurança em milhares de jovens brasileiros. Na quinta-feira (19), o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que não há condições tecnológicas de apresentar a cópia das correções da redação do último certame. Para o deputado Otavio Leite (RJ), os alunos são vítimas da incompetência administrativa do governo federal.
A consulta à prova e ao espelho de correção dos avaliadores foi determinada pela Justiça Federal do Ceará, mas a pasta comandada pelo petista anunciou que recorrerá da decisão, segundo o jornal “O Globo”. O titular declarou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) não está preparado tecnologicamente para dar vista aos estudantes.
O tucano considera lamentável ver o drama do Enem se repetir. “Isso afeta muitos jovens, que se deparam a cada ano com as tragédias do exame. Ninguém é contra o princípio do Enem, mas a forma de aplicação tem apresentado sucessivos transtornos. Com isso, a insegurança aumenta”, ressaltou o parlamentar nesta sexta-feira (20). Na última avaliação, o MEC alterou 129 notas de redação, comprovando a falta de critérios claros na correção.
Pelo Twitter, o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), criticou a desorganização dos responsáveis pelo certame. “O ministro Haddad, de saída da Educação, disse que o Inep não se preparou tecnologicamente para disponibilizar as provas do Enem. Esse é o governo 2.0 petista – com verniz moderno, mas avesso à transparência”, afirmou.
Para evitar mais transtornos, Otavio Leite defende a implantação de um exame via internet. “Essa seria a solução. As provas seriam emitidas na sala de aula, com os alunos presentes, sem necessidade de impressão do material”, disse. “Hoje o mecanismo de organização é vulnerável”, completou. Na visão do tucano, o formato evitaria problemas, o custo seria menor e daria mais segurança aos alunos.
Notas na Justiça
→ Segundo o Inep, 122 participantes do último Enem já pediram correção da redação, 79 entraram com recurso e uma alteração de nota ainda está em processo judicial. A edição do ano passado foi marcada pelo vazamento de questões do pré-teste, o que levou à anulação de itens de alunos de um colégio de Fortaleza (CE).
→ Enquanto a Justiça Federal no Ceará concedeu parecer favorável aos estudantes, permitindo assim o acesso à correção das redações, o Tribunal de Justiça Federal do Rio indeferiu o pedido proposto pelo defensor público federal Daniel Macedo, que vai recorrer da decisão.
“É preciso repensar o Enem. Da forma como é, o gasto é de mais de R$ 300 milhões. Os jovens precisam ter nas instituições respeito e credibilidade. Mas, com esses erros, o governo dá passos para trás e os jovens ficam desacreditados. Eles estão sendo vítimas da incompetência do governo”.
Deputado Otavio Leite (RJ)
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