23 de jan. de 2012

Sem credibilidade

Deputado Jorginho Mello (PSDB/SC)
Em notícia do PSDB na Câmara, MEC cancela segunda edição do Enem 2012 por falta de competência, alerta o Deputado Jorginho Mello

O Ministério da Educação não fará as duas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2012 por falta de competência, avaliou o deputado Jorginho Mello (SC) nesta segunda-feira (23). Ele se refere ao cancelamento da prova prevista para abril deste ano, fato que marcou a despedida de Fernando Haddad da pasta. Ele deixa o cargo na terça-feira (24) para ser o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo.

Mello afirmou que o Enem não pode perder a credibilidade, já que, para milhares de estudantes, é a porta de entrada para o ensino superior. Segundo o tucano, falta comprometimento do governo no combate às falhas na aplicação do exame. “Está faltando profissionalismo. O Ministério da Educação pode e deve se organizar, montar uma estrutura para dar conta de conferir, de preparar, imprimir e distribuir as provas, sem os problemas que têm acontecido ultimamente”, disse.

De acordo com a “Folha Online”, Haddad afirmou, na última quinta-feira (19), que a decisão judicial que determinou o acesso de todos os candidatos à redação dificulta a realização de duas provas no ano. Para o ministro, o teste extra sobrecarregaria as estruturas logísticas do certame.

Na opinião de Jorginho Mello, não adianta o titular atribuir o fracasso à determinação da Justiça, pois o problema é de gestão. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, a intenção do MEC era que os estudantes fizessem duas provas por ano e escolhessem a melhor nota. Com isso, eles se candidatariam às bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Em 2009, um funcionário da gráfica onde o material estava sendo impresso saiu com uma cópia e tentou vendê-la ao “Estadão”. Em 2010, houve problemas na impressão e um dos cadernos saiu com questões duplicadas, além de uma falha na ordem das questões. Já em 2011, funcionários do Colégio Christus, de Fortaleza (CE), distribuíram questões usadas em um pré-teste do Enem. Na Justiça, pelo menos 129 estudantes conseguiram alterar a nota da redação.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Leonardo Prado/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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