29 de mar. de 2012

Deu na Zero: Reprovação excessiva X aprovação automática

Post de Mariza Abreu*


A partir da matéria sobre repetência nas escolas estaduais, de 25 de março, domingo, dois artigos publicados na Zero Hora de hoje, 29 de março, quinta feira,debatem a oposição entre reprovar em excesso e aprovar de forma automática, sem assegurar aprendizagem adequada


Em "A hora da verdade", a educadora e escritora Nylza Osório Jorgens Bertoldi afirma que a "Pedagogia da Repetência", incorporada "com naturalidade" às escolas brasileiras, "em especial nos ciclos básicos da escolaridade", "cedeu lugar à Pedagogia da Aprovação", na qual "A escola não sabe efetivamente como agir, gerada por práticas inadequadas de gestão superior que subestima a capacidade do aluno."


E defende que "A solução é uma só: encarar a alfabetização como um processo a que todas as crianças são capazes de chegar em um ano letivo, ou menos, com larga margem de possibilidades. Basta que o ponto de partida atenda às suas necessidades e expectativas em ações concretas de atividades criativas."


Para a educadora Nylza, "Falar em reprovação quando se pode ensinar para o sucesso é uma triste condição, tão lamentável quanto enganar uma criança com falsas ilusões."


E finaliza afirmando que "Com educação não se brinca de 'faz de conta' e se a vigência desta ridícula resolução de aprovar alunos em cascatas, estendendo o “benefício” até o Ensino Médio, como será o ingresso na universidade? Por cotas de aprovação continuada? Pobre profissional do Brasil de amanhã. A vida os reprovará, com certeza.


As posições da autora corroboram o que defendemos: repetência nos níveis da educação brasileira são insustentáveis, mas o remédio para esse mal não consiste em aprovação automática, sem garantia da aprendizagem adequada. Corrobora também a posição de Esther Grossi e de João Batista Oliveira em defesa da alfabetização das crianças em um ano letivo, em contraposição a um ciclo de alfabetização de três anos letivos.


Clique aqui e leia na íntegra o artigo de. Nylza Osório Jorgens Bertoldi.


Em "Reprovação no Ensino Médio", o professor, escritor e conferencista Danilo Gandin afirma que as altas taxas de reprovação no Ensino Médio são antigo problema da educação gaúcha, que aparecem ou desaparecem conforme sua aparição na mídia.


Segundo Danilo Gandin, "há mais de 30 anos", também em decorrência de notícia sobre a reprovação de muitos alunos no Ensino Médio, a Secretaria de Educação do Estado constituiu comissão para apresentar em 90 dias solução para a questão, cujo relatório terminou engavetado, e o problema esquecido.


O professor Gandin questiona se os gaúchos tem orgulho ou tristeza de serem campeões na reprovação no Ensino Médio. "Talvez esteja a população pensando que, se reprovamos mais, somos os que mais levam a sério a escola e os que têm os jovens mais preparados. E termina por advertir que a reprovação é a consequência, e que as causas como a pobreza curricular do Ensino Médio é que precisam ser enfrentadas.


Portanto, da mesma forma que para Nylza Osório Jorgens Bertoldi, também para para Danilo Gandin a aprovação automática não é a solução para a reprovação excessiva.


Clique aqui e leia na íntegra o artigo de  Danilo Gandin.


*Ex-secretária da Educação do Rio Grande do Sul

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