3 de mar. de 2012

Sobrou para o Brasil

Dep. Antonio Imbassahy (PSDB/BA)
No PSDB na Câmara de 1º de março, deputados tucanos afirmam que desculpa de ministro da Educação para falhas do Enem é “esfarrapada”

“MEC não tem culpa de o Brasil ser grande”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, sobre os problemas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A declaração assustou deputados do PSDB, que a classificaram de “desculpa esfarrapada”. Mercadante colocou no tamanho do país a culpa pelas falhas do teste. Durante audiência nessa quarta-feira (29) na Comissão de Educação do Senado, ele afirmou que riscos, como o de vazamento de dados ou extravio de provas, sempre existirão por conta da abrangência do exame.

“Esse tipo de desculpa esfarrapada não cola, não pega e ninguém acredita. Na hora que o ministro se posiciona dessa forma, já está indicando que as próximas provas poderão ter outras falhas”, lamentou Antonio Imbassahy (BA). “O correto seria reconhecer os erros que aconteceram na administração de Haddad e corrigi-los. É isso que a juventude deseja: tranquilidade e segurança com o Enem”, completou.

Dep. Raimundo Gomes de Matos (PSDB/CE)
Para o tucano, a declaração é apenas uma justificativa de um companheiro que reconhece a incompetência do seu antecessor. “O ministro está achando que a inteligência do povo brasileiro é bem inferior à que ele julga ter”, apontou. “É um desserviço e revela a incapacidade do governo petista”, afirmou Imbassahy.
Segundo Raimundo Gomes de Matos (CE), Mercadante quer justificar o injustificável. “Se o PT não tem condições de administrar o país por sua extensão territorial, demonstra que é incompetente no gerenciamento do patrimônio público. É temeroso nomear uma pessoa que faz esse tipo de declaração”, ressaltou. “Em um país sério, o presidente já teria demitido o ministro”, acrescentou.

De acordo com o deputado, o ministro deveria assumir que há problemas e resolvê-los. “A saída ‘honrosa’ que o PT dá para aqueles que não conseguem administrar bem o serviço público é avisar que vão ser candidatos. O ex-ministro Fernando Haddad estava sem credibilidade por falta de capacidade de gerenciamento. É lamentável”, concluiu.

Cronologia de problemas

Outubro/2009 – MEC cancela o Enem após ser avisado pelo “Estadão” de que a prova havia vazado.

Dezembro/2009 – O Inep divulga gabarito errado das provas e seu presidente pede demissão.

Fevereiro/2010 – Inep admite problema na digitalização das redações, que levou à divulgação errada das notas de 915 estudantes.

Agosto/2010 – Inep deixa vazar dados pessoais dos inscritos em 2007,2008 e 2009.

Novembro/2010 – Erros no cartão resposta e perguntas repetidas ou faltantes prejudicam candidatos, que fazem outra prova um mês depois. Tema da redação vaza em Pernambuco.

Outubro de 2011 – Colégio de Fortaleza antecipa a seus alunos 14 questões do exame, que são anuladas.

Declaração do ministro:

“O MEC não tem culpa de o Brasil ser tão grande e diverso. São 140 mil salas, 400 mil pessoas fiscalizando. E tem de ter um sigilo absoluto. O risco logístico sempre haverá”, disse Aloizio Mercadante.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

Nenhum comentário:

Postar um comentário